sexta-feira, 18 de julho de 2008

Papas? Nunca na minha Língua!


Sábado, 14 de Junho de 2008Torre de Moncorvo acolhe Carlos SilvestreSala cheia na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo, local de acolhimento da quarta apresentação da obra inaugural da nossa chancela Língua d'Fora, o livro "Papas? Nunca na minha Língua!" assinado por Carlos Silvestre.Na mesa, presidida por Aires Ferreira, presidente da autarquia, o autor ladeado ainda por Júlio Meirinhos, autor do prefácio e Joaquim Amândio Santos, editor.O edil moncorvense abriu as intervenções enaltecendo a ligação de Carlos Silvestre à terra pois "não tendo nascido cá, foi aqui um desportista de relevo, durante a sua carreira de futebolista", destacando ainda Aires Ferreira a ligação que "ficou ainda mais forte mercê da intervenção no âmbito da educação que tem feito na nossa terra".O comendador Júlio Meirinhos assumiu a segunda intervenção, realçando a importância "no percurso do Carlos não só da sua condição de angolano mas sobretudo do orgulho que tem em ser transmontano e que transporta para o que é e para o que escreve, sem medo nem cedências que até lhe poderiam facilitar o percurso de vida", desafiando o público "para ler esta obra, marcadamente ousada, mesmo que, por vezes, pareça que literatura, arte e culturas afins não tenha valor mas assim não é!".O editor, começando por agradecer aos mecenas que "permitem que, numa editora sem fins lucativos, possamos dar corpo aos sonhos de todos quantos editamos", dirigiu as palavras para o conteúdo do livro que considerou "fundamental não só por reunir as crónicas publicadas em sede de jornais e, como tal, condenadas ao esquecimento possível pelo carácter mais efémero da comunicação pela imprensa, mas sobretudo por, sem puridos, atacar os problemas existentes no mundo da educação e a falta dela no nosso mundo!".Foi visivelmente emocionado que Carlos Silvestre encerrou as intervenções.Numa terra "onde fui muito bem tratado e onde passei momentos desportivos inesquecíveis, fico muito feliz por estar aqui a apresentar este meu trabalho onde dou corpo ao que venho colocando nos jornais da nossa região e voz aos que como eu pensam, nesta minha luta sem fim em prol da educação!".Agradecendo o apoio da autarquia de Torre de Moncorvo e particularmente "do Engº Aires Ferreira, meu queirdo amigo e a quem agradeço todo o carinho e apoio de sempre", Carlos Silvestre desafiou os presentes a "construirem durante a leitura deste trabalho uma ligação ainda maior com a nossa indignação com a estagnação que sentimos na educação em Portugal!".No final, entre as amêndoas irrecusáveis de Moncorvo e as inúmeras assinaturas de autógrafos, a sessão correspondeu em grande ao sucesso que o livro tem vindo a ostentar.
Retirado do blogue Editorial Negra Tinta

A importância da água - Carta enviada do ano 2070


Hoje, pretendo, tão somente, apelar a todos para que façam o favor de ler a seguinte Carta que me foi enviada por e-mail e que não me deixou, e penso que não poderá deixar ninguém, indiferente. Isto é um problema de todos nós e põe em causa a vida dos nossos descendentes. Não sou ambientalista-fundamentalista, mas preocupo-me com o mundo.Também não ambiciono ser um arauto da desgraça. Tão simplesmente, tenho a certeza que ainda estamos a tempo de mudar o destino do planeta terra.“Ano 2070: acabo de completar os 50 anos, mas a minha aparência é de alguém de 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo muito pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade. Recordo-me de quando tinha 5 anos. Tudo era muito diferente.Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro com cerca de uma hora. Agora, usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele.Antes, todas as mulheres mostravam a sua formosa cabeleira. Agora, devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.Antes, o meu pai lavava o carro com a Água que saía de uma mangueira. Hoje, os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma.Recordo que havia muitos anúncios que diziam: cuida da Água, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a Água jamais se podia terminar.Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.Antes, a quantidade de água indicada como ideal para beber era oito copos por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo.Hoje a roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar os poços sépticos (fossas), como no século passado, porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não são filtrados pela camada de ozono na atmosfera; imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados.As infecções gastrointestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são as principais causas de morte.A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessalinizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-nos com água potável em vez de salário. Os assaltos por um bidão de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética.Hoje a pele de uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40.Os científicos investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigénio também está degradado por falta de árvores, o que fez também diminuir o coeficiente intelectual das novas gerações.Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos e, como consequência, há muitos meninos com insuficiências, mutações e deformações.O governo até nos cobra pelo ar que respiramos: 137 m3 por dia e por habitante e adulto.As pessoas que não podem pagar são retiradas das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar. Não são de boa qualidade, mas pode-se respirar. A idade média é de 35 anos.Em alguns países, ficam manchas de vegetação com o seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército, a água tornou-se um tesouro muito cobiçado, mais do que o ouro ou os diamantes.Aqui em troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a registar-se uma precipitação, é de chuva ácida; as estações do ano têm sido severamente transformadas pelas provas atómicas e da indústria contaminante do século XX.Advertiam-nos que havia que cuidar o meio ambiente e ninguém fez caso.Quando a minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem, descrevo o bonito que eram os bosques, falo-lhe da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente.Ela pergunta-me: “Papá! Porque se acabou a água?” Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de me sentir culpado, porque pertenço à geração que terminou destruindo o meio ambiente ou simplesmente não tomámos em conta tantos avisos.Agora os nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que a vida na terra já não será possível dentro de muito pouco porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível.Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar o nosso planeta terra!”(Carta extraída e traduzida da revista biográfica "Crónicas de los Tiempos", Abril 2002)Vamos colaborar na qualidade de vida dos nossos descendentes!

Sequeira
 
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