terça-feira, 18 de agosto de 2009

O REI VAI NU

Em tempos, escrevi, e publiquei posteriormente em livro (Papas Nunca na Minha Língua!, 2008: 25), um artigo a que chamei no País do Fio Dental… e já dizia que caminhávamos a passos largos para a máxima do rei vai nu. Penso que chegamos lá. Quando esperávamos que as férias fossem o momento certo para que as pessoas que estão à frente dos partidos decidissem, com mais calma e dignidade, o futuro do nosso país que, como todos sabemos e todos falam, se caracteriza por uma profunda crise de ideias, de valores morais e éticos, políticos, económico-financeiros e sociais (nomeadamente no que diz respeito à segurança social e das forças policiais, à saúde e à educação), o que vemos é uma escalada de decisões inacreditáveis e nem mesmo espectáveis para os próprios militantes desses partidos.
Porque será que se estão a passar fenómenos (!!!) como os que aqui abordarei?
O que querem esconder?
Porque dizem e defendem ideais que todos queremos e, na hora da verdade, decidem outros?
Já nem sequer há vergonha. Criticam-se, maltratam-se e ficam estupefactos uns e outros quando, afinal, parece que todos têm é telhados de vidro… que, pelos vistos, importa evitar que se quebrem, para que não se molhem/queimem.
Porque será que têm tanta vontade em esconder estes últimos 35 anos e evitar que outros apareçam?
Não será que existe um complô entre eles?
E essas críticas, maltratos e estupefacções não serão só para nos deitar areia para os olhos?
Vejam que a actual conjuntura tinha tudo, ainda aqui há um mês atrás, para fazer acreditar que um dos partidos da alternância, o PSD, pudesse fazer frente ao PS. Porém, e incrivelmente, esta senhora (para mim, não é nenhuma novidade, pois a senhora só tem uma diferença em relação ao senhor: é do sexo feminino), até parece que está a fazer de propósito (atentemos nas perguntas que coloquei acima) para perder as eleições. Será que está a preparar o dito Centralão?
Atentemos, então, em alguns dos seus últimos tiros nos pés:
O seu apelo ao engordar da classe rica como factor de desenvolvimento do país. Eu até sou a favor que isso aconteça desde que esses ricos paguem e distribuam a riqueza que obtêm justamente, e que não se ofereçam a si próprios brutos bólidos, brutas mansões, exorbitantes salários e despeçam e abram falência ao mínimo sinal de perda.
Outra barbaridade e desigualdade desta senhora passa pela sua repulsa em relação ao interior, por exemplo, em relação aos transmontanos quando se mostrou contra a construção da auto-estrada transmontana. (A propósito de transmontanos, houve um – Pedro Passos Coelho - que lhe fez frente e vai ter que atravessar o deserto, embora só vá ser, na minha opinião, metade do deserto, pois a dita senhora não se aguentará lá muito tempo.)
Outras incongruências têm a ver com a defesa da necessidade de diálogo, com a crítica à arrogância e à prepotência , com os valores de justiça e moral sobre a não possibilidade, por exemplo, de haver candidatos às eleições com processos e, a seguir, a senhora faz as suas listas de deputados e tem lá alguns e ainda vem dizer, quando questionado sobre esta situação, que este não é o momento para falar de coisas menores… (a pergunta é: se ela não cumpre estes requisitos dentro do partido, como seria se fosse primeira ministra?…).
Já agora, sobre essas listas, deixem-me manifestar a minha indignação e dizer-vos, que se eu fosse do PSD (quem me conhece sabe que não sou, tenho menos um D que, como sabemos, pouca ou nenhuma diferença faz, pelo menos, neste momento, e por tudo que já disse atrás) protestaria, mas se fosse militante activo, daqueles que costumam fazer parte das cúpulas distritais e concelhias das suas regiões, não protestaria, atiraria com a albarda ao ar. Perdoem-me a minha imiscuidade, mas estou preocupado com o nosso país e o PSD tem nele grandes responsabilidades. Por isso, penso que as pessoas desse partido e das regiões onde a sra. escolheu e impôs quem quis, numa autêntica caça interna às bruxas, deviam ser mais responsáveis e menos acomodadas aos tachitos que lhes vão calhando. Permitam-me que vos coloque, a vós, militantes e PSD’s com responsabilidades, as seguintes perguntas:
Como podeis aceitar que venha alguém que ninguém conhece defender os interesses das vossas regiões?
Pode o PSD dar-se ao luxo de desprezar quadros locais tão importantes?
Não têm vocês pessoas competentes e dignas nos vossos distritos?
Como podem deixar que vos passem este atestado de menoridade e incompetência?
Como vão fazer campanha apresentando quem ninguém conhece?
Vão defender o quê?
O que esperam que a oposição vos faça?
Não acham que se estão mesmo a pôr a jeito?
Será isto um dos caminhos para o complô (leia-se centralão)?
Vai ser bonito…
Termino com o seguinte pensamento em forma de questões:
Não estará na hora de aparecer alguém independente que consiga congregar pessoas desde a esquerda à direita, com sentido de igualdade, seriedade, livre, de bons costumes, justo de vontades e interesses (não pessoais, mas comunitários)?
Não estará na hora de dizer BASTA de Terreiro do Paço, de Largo do Rato, de São Caetano, de políticos oportunistas, corruptos, arrogantes e prepotentes?
Se acharem que posso ajudar, contem comigo.

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