sábado, 26 de junho de 2010

QUE ESCOLA, MINISTÉRIO e PORTUGAL (PESSOAS) QUEREMOS

Escrevo desde Estocolmo.
Cidade linda e por estes dias cheia de luz, calor e gente bonita. Estando longe de Portugal parece que estamos mais atentos e então, estando num país onde a crise parece não ter chegado e onde as pessoas se respeitam e a segurança sente-se, fico realmente com pena do nosso Portugal.
Vi aqui o Portugal-Brasil, o triste Portugal-Espanha (um dia destes vou falar de futebol) e outros jogos de futebol do mundial 2010 e pude constatar que as pessoas dos diferentes países se aceitam e respeitam e aceitam desportiva e em convívio são os resultados finais (no final do Portugal-Espanha um sueco - torciam todos por espanha - que estava ao meu lado e que deve ter sentido o meu sofrer tentou animar-me dizendo-me que era assim o futebol, uns ganham e outros perdem). Pergunto como pode haver tanta educação e respeito pelas diferenças e a resposta é que desde pequenos, nas famílias (mesmo que sejam famílias só de homens, ou mulheres), as diferenças são trabalhadas e as escolas são também obrigadas a fazê-lo. O Ministério da Educação Sueco promove as pessoas (professores, funcionários e alunos) e os pais são obrigados a exigir e a cumprir com o melhor para a escola. Não pretendem facilidades, nem que os seus filhos passem se não souberem. Se os professores não tivessem (reparem que eu condiciono, pois isso era impensável) direitos e condições de sanidade, seriam os próprios pais a exigí-lo, pois segundo me dizem ninguém estaria das 8h da manhã às 20 horas da tarde a ser massacrado numa escola, com trabalho bur(r)ocrático.
Aos professores são-lhes dadas todas as condições: salas apetrechadas, turmas pequenas, se houverem alunos com Necessidades Educativas Especiais existem especialistas por cada uma dessas necessidades, de tempos em tempos param uma semana para descansar (profs e alunos), não são obrigados a passar todos os alunos, podem castigar quem se porta mal (apresentando queixa, sem terem medo de virem a ser eles as vítimas) e claro, n ão têm que fazer relatórios para justificar as suas avaliações e actuações, nem meter atestados médicos de "maluquice" por já não conseguirem lidar com tanta malvadez (do ME que exige trabalho administrativo e se está borrifando para o ensino, mas não para a estatística e dos alunos que sabem que façam o que fizerem - mesmo que seja nada - são obrigados a passar e têm sempre a lei do seu lado); enfim, na Suécia, dizem-me que os professores são estimados e respeitados e caso não aconteçam essas premissas, os alunos infractores são punidos e bem. Se forem menores, serão os pais. Ah, e não há pais a ir agredir professores, podem meter uma queixa contra (acreditam na justiça, dir-me-ão e eu digo que é verdade), mas nunca aquilo que temos vindo a assistir no nosso país e que é vergonhoso.
Já agora e num aparte a propósito dos atestados médicos do fórum psicológico, parece que estamos mais uma vez no topo da Europa, pelo menos foi o que um estudo recente apontou. E os professores parecem ser a classe que mais está a ser afectada. Porque será que os pais e a sociedade, digo os politiqueiros de m... que temos e os vendidos dos jornalistas, n ão se questionam e exigem que se saiba o que se está a passar. Aos polícias (forças da ordem) parece que está a acontecer algo idêntico. Na Suécia não. Um polícia é um polícia e nem se vêem pela rua, mas se for preciso aparecem. Pude constatá-lo, no jogo entre a Espanha e o Chile, onde o ajuntamento foi grande (mas sem incidentes) numa praça de Estocolmo. Eles lá estavam: distantes, serenos, vigilantes e prontos a intervir se fosse o caso. E sem medo de terem que prender alguém ou usar a sua arma. Mais, sabem que não ficam eles a responder perante o juíz e os desordeiros e malfeitores vão-se embora, se for preciso, ainda por cima com uma indemnização, ou um pedido de desculpas e a gozar com a cara do agente. Será que estaremos todos à espera que nos fdxxxam as bentas para a seguir dizermos aqui d'el rei que se faz tarde? Será que ninguém vê ou não quer ver o que está a acontecer? Esses senhores do ministério e mais as suas politiquices de há 20 anos a esta parte o que andam a fazer? E os pais e a sociedade civil, e os pseudo jornalistas e os pseudo psicólogos e os pedagogos da treta? Quando lhes fdxxrem as bentas a todos, talvez estrebuchem. Sempre foi assim. Somos portugas, só nos queixamos se nos doer a nós, os outros (a solidariedade) que vá às malvas.
Mas voltando à suécia e analisando os seus alunos, vemos que lhes é exigido respeito e trabalho (claro que também há problemas, bulling - aqui diz-se mobbning - e indisciplina). Porém, ninguém está acima da lei e a lei se existe tem mesmo que ser respeitada. Se os professores marcam deveres são para ser feitos. Se os professores pedirem coisas que são necessárias para levar a cabo as suas tarefas, essas coisas têm que aparecer. Se chamarem os pais à escola, eles são obrigados a vir e a responder pelo que os seus filhos fazem. Etc, etc, etc.
Quanto aos pais são exigentes e participativos. Se um aluno estiver a faltar à escola, imediatamente, um funcionário administrativo (não um professor, que esse é para ensinar e realizar trabalho pedagógico), telefona aos pais a querer saber o que se passa. Se houver problemas os pais é que assumem. Os pais participam e exigem dos professores: trabalho e disciplina. Os filhos só passam se tiverem de passar. Todos têm direitos e deveres.
Enfim, um estado forte é aquele que quer cidadãos fortes e para se ser forte é preciso que o estado crie e promova o bem estar físico, psiquíco e social de todos, não o de alguns...
Gost(o)ei muito da Suécia, dizem-me que é por ser por esta altura de Verão, que o Inverno é muito deprimente e essas coisas assim dos comprimidos e tal... e eu respondo-lhes que em Portugal, em proporção, é quase sempre Verão, mas a depressão é constante, pelo menos para os 3/4 que têm que trabalhar para manter uma corja de gatunos e expoliadores...
E agora, em Portugal, que saiu o novo Estatuto da Carreira Do(c)ente (ECD), vejam lá se alguém compara os PROFS portugas com estes destes países e com estas condições e se os valorizam?.....

Como se pode querer um povo educado (bem sei que não é isso que se pretende, quanto mais embrutecido-burros forem, melhor)... quando só exigem, repreendem e obrigam a ser bur(r)ocratas os professores... Quando é que vos revoltais, ó almas professoradas!!!... e paisinhos!!!??? Pela vossa alma e pelo vosso futuro paisinhos ajudai (pois se os vossos filhos forem uns tótós estareis fecundados... se já assim eles não têm dinheiro para tratar de vós, imaginai quando forem uns zé ninguém...) fazei-o!!! não duvideis!!! pois os paisinhos que forem inteligentes vão exigir e colocar os filhos em sítios onde realmente possam aprender (SÓ PELA EDUCAÇÃO E PELO SABER AS PESSOAS PODERÃO VIVER MELHOR.... ABRAM OS OLHOS MULO(A)S QUE A CARROÇA VAI CEGA...

Mas mesmo assim, ainda digo: VIVA PORTUGAL!!! (talvez por isso é que nos fdxxxem).

“Tudo que é preciso para que o mal triunfe, é que os homens de bem, nada façam.”

"Eduquemos as crianças, e não será necessário castigar os homens."

terça-feira, 15 de junho de 2010

O MUNDO EM QUE VIVEMOS E OS POVOS QUE TEMOS …

A cada dia que passa, mais nos podemos aperceber, infelizmente, da miséria e da miserável Educação/Formação, Ética e Valores que os últimos 30 anos trouxeram ao mundo e à Europa em geral e a Portugal em particular.

A ganância, a ordinarice e a canalhice promoveram a corrupção, a mentira e o atropelamento dos direitos mais elementares da vida, enfim, a grande roubalheira e o salve-se quem puder. Em tempos, dizia-se que andava meio mundo a enganar outro meio. Hoje, podemos afirmar, sem nenhum pejo, que andam mais de 2 terços a enganar menos de 1 terço, o que significa também que andam muitos mais a vadiar do que a trabalhar. E tudo porquê? Porque a evolução que o mundo assistiu (e todos temos consciência que o mundo evoluiu mais nestes últimos 30 anos, do que em milhares anteriores) só se deu, infortunadamente, a nível científico e tecnológico. E, paradoxalmente, foi precisamente essa evolução que fez com que cada um de nós se tornasse mais individualista e egoísta. Quem não gosta de ter todo o conforto e as melhores coisas que a ciência e a técnica nos dão? Claro que todos gostamos. Até aqueles mais “verdes” não andam a pé e têm que se “aquecer”. Afinal, em quem devemos acreditar?

Ultimamente, recebemos centenas de mails a denunciar vigarices, roubalheiras, mentirices, sem vergonhices e outras quejandas que tal, e digo-vos que não são só relativas ao nosso querido Portugal. O mundo está mesmo contaminado e infectado. A única salvação passa, para mim, por aquilo que sempre defendi: pela aposta séria, rigorosa e exigente na Educação/Formação e pela primazia à família e às pessoas. Que os mais ricos e poderosos não se armem em chicos espertos e não pensem que estão seguros a continuar nestes esquemas fraudulentos. Os povos (as pessoas), quando não tiverem aquilo a que se habituaram, não hesitarão, infelizmente, em ser violentos, caso necessário, para conseguirem (sobre)viver. É a lei da vida a ditar regras e não as regras a serem ditadas para a vida. E assim, não haverá vida que resista.

Das Américas e das Áfricas chegam os ecos da guerra, da fome, da roubalheira e da violência física. Da Europa, exceptuando alguns países (principalmente os nórdicos), onde a Educação/Formação tem sido vista numa lógica de catapulta para o desenvolvimento integrado e sustentado, chegam ecos de grave crise, de falências e endividamentos, de corrupção e gastos mal geridos, desmedidos e incrivelmente exagerados… Quem aguenta ver deputados, governadores, assessores, secretários, gestores, presidentes, ministros e afins a ganhar o que ganham e ainda a terem direito a tudo e mais alguma coisa? Quem aguenta ver governos a espoliar, a infernizar a vida e a exigirem sacrifícios aos seus concidadãos, quando a seguir gastam dinheiros públicos em TGV’s (que não vão ter clientes, pois os bilhetes são mais caros que os do avião), submarinos (sem nenhuma utilidade), eventos megalómanos, aeroportos, frotas milionárias para gestores públicos, senhores com reformas obscenas (alguns com duas e três, mais o ordenado mensal por nomeação/eleição), mais direito a carro e motorista, cartão multibanco, despesas de representação, casa, viagem, telecomunicações, assessores, secretários e seguranças… E olhem que não estou a falar só de Portugal.

O nosso compatriota Miguel Portas denunciava, aqui há dias, no parlamento europeu, todas estas malfeitorias e quê?!… Nada. Tudo isto é abafado.

Um outro deputado, salvo erro belga, dizia o mesmo e interrogava, como é que a UE podia estar a exigir à Grécia que fizesse em 3 meses aquilo que não tinha conseguido fazer em todo o tempo em que lá esteve e apontava países como Portugal e Espanha como futuros companheiros do infortúnio Grego. Nessa interpelação questionava como é que, estando alguns países da UE no caos, podiam os Eurodeputados dar-se ao luxo de aprovar aquele orçamento de sultão milionário e despesista.

Por cá as coisas não são melhores. Só como exemplo, pois este espaço era pouco, como pode aquele ex-governador do Banco de Portugal exigir sacrifícios e diminuição de ordenados, quando o senhor tem o que quer e ganha cinquenta e tal vezes mais que o infeliz cidadão que ganha o ordenado mínimo nacional. E o que fez, para o merecer? Deixou que os Bancos fossem para a BANCARROTA e lixassem milhares de famílias. Foi por isso que ainda recebeu prénios de produção e trabalho. Que tenha vergonha. Se todos os responsáveis citados nesta crónica quisessem abdicar só das suas mordomias e poupar, sairíamos, garantidamente, da crise.

Há muitas formas de poupar sem atacar a arma que pode devolver a vitalidade e a economia ao mundo. Essa arma chama-se: poder de compra (dinheiro faz dinheiro, não é a máxima?). Bons exemplos, Educação/Formação, Ética e Valores precisam-se. Carlos Silvestre

terça-feira, 8 de junho de 2010

REVIVER O PASSADO OU VIVER O PRESENTE... Estamos sempre f.....s

"ORDINARIAMENTE todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA.
É assim que há muito tempo em Portugal (vejam que já se diz que é "há muito tempo") são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente.
País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
(Eça de Queiroz, 1867, in "o Distrito de Évora")
 
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